A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e o Município de Loulé propuseram ao Património Cultural, I.P. a classificação do Castelo de Salir como monumento de interesse público (MIP).

O objetivo da Câmara Municipal de Loulé é garantir a apropriação pública do castelo e promover os seus valores culturais e identitários, pois representa um testemunho significativo do património arquitetónico medieval islâmico e cristão na categoria de arquitetura defensiva.

A CCDR Algarve destaca o valor cultural e histórico do Castelo de Salir, conquistado por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago, entre 1248 e 1249, após a tomada de Tavira e outros castelos do litoral, sendo ponto de partida para a conquista de Faro. Desde 1987, investigações arqueológicas lideradas pela professora Helena Catarino têm confirmado a importância do local.

A CCDR Algarve propôs a abertura do procedimento para a classificação do castelo, conforme o artigo 15.º da Lei n.º 107/2001.

As ruínas do castelo situam-se na zona poente de Salir, sobre um cabeço calcário com 256 metros de altura. De origem islâmica, provavelmente do século XII, o castelo fazia parte das fortificações reconstruídas na época almóada para defender Loulé e proteger a região rural.

A conquista do castelo ocorreu em 1248/49, quando a Ordem de Santiago dominou a região. O local foi estratégico para D. Paio Peres Correia aguardar a chegada de D. Afonso III, como relatado por Frei João de São José.

Escavações arqueológicas revelaram uma malha urbana densa, com vestígios de casas e arruamentos dos séculos XII e XIII, abandonados após a conquista cristã, marcados por destruição violenta e incêndios.

Na área musealizada, podem ser vistas ruínas das habitações, silos, arruamentos, canalizações e um passadiço estreito entre a muralha e as casas. Embora a fortificação esteja muito destruída, ainda são visíveis trechos da muralha e quatro torres, algumas camufladas pelo casario atual de Salir.

Em 2002, foi inaugurado o Pólo Museológico de Salir para valorizar as ruínas e expor os materiais arqueológicos recolhidos.